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Comissão de Ética aprova cassação de vereador de Cuiabá apontado como líder de facção

Comissão de Ética aprova cassação de vereador de Cuiabá apontado como líder de facção

Paulo Henrique (MDB) ainda poderá ser ouvido em sessão extraordinária na Câmara de Cuiabá.

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Reprodução
Paulo Henrique terá oportunidade de se defender em plenário
 

VANESSA MORENO
DO REPORTÉR MT

 

A Comissão de Ética e Decoro Parlamentar aprovou, por unanimidade, a cassação do vereador afastado Paulo Henrique Figueiredo (MDB). A leitura do relatório final do processo investigativo por quebra de decoro parlamentar e a votação foram feitas na manhã desta sexta-feira (06). Paulo Henrique ainda poderá ser ouvido em sessão extraordinária para apresentar defesa.

Após a leitura do relatório final, os vereadores Rodrigo Arruda e Sá, Wilson Kero Kero (PMB) e Kássio Coelho (Podemos), membros da comissão, votaram pela cassação.

O próximo passo agora será entregar esse relatório para o presidente da Câmara, Chico 2000 (PL), que vai encaminhá-lo à Comissão de Constituição e Justiça da Casa, que deverá emitir um parecer e devolver à presidência. Nos próximos dias, o presidente deverá marcar uma sessão extraordinária para escutar o vereador afastado Paulo Henrique, caso ele queira comparecer, e decidir em plenário se ele deverá ser cassado ou não.

O vereador afastado é réu em uma ação penal, acusado de liderar uma facção criminosa. De acordo com a investigação feita pela Polícia Federal, ele usava da sua influência política junto à Secretaria de Ordem Pública, onde é servidor de carreira, para garantir a liberação de licenças e alvarás para eventos organizados pela facção.

Ele foi preso em setembro na Operação Pubblicare, deflagrada pelas forças federais e municipais de segurança e cinco dias depois foi solto, com a determinação de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira.

Após a prisão, a Comissão de Ética instaurou o processo disciplinar, no dia 26 de setembro, e desde então os parlamentares vêm tentando notificar Paulo Henrique, que tem fugido das notificações. As tentativas de notificá-lo vão desde presencialmente, na casa dele, a mensagens no WhatsApp. De acordo com o presidente da Comissão de Ética, vereador Rodrigo Arruda e Sá (PSDB), todas as tentativas foi pensando em dar a ele uma oportunidade de se defender.

“Essa Comissão vem trabalhando fortemente tentando dar ampla defesa e contraditório ao vereador Paulo Henrique. Temos aqui cópia da notificação expedida ao vereador Paulo Henrique, temos aqui também cópia onde a funcionária dele também recebeu essa notificação, temos documento de carta AR, conversa de WhatsApp, e-mail. Então, tudo quanto é tipo de manobra que hoje tentarem fazer pra falar com o vereador Paulo Henrique não teve ampla defesa e contraditório cai por terra, porque essa comissão se preocupou em dar a oportunidade ao vereador Paulo Henrique de se defender”, disse o vereador Rodrigo na reunião desta sexta.

O parlamentar ressaltou ainda que Paulo Henrique não nomeou nenhum procurador para representá-lo na Comissão de Ética e nenhum advogado para ter acesso aos processos.

Como alternativa, Rodrigo Arruda pediu na Justiça a liberação para que Paulo Henrique pudesse comparecer à Câmara para prestar depoimento, uma vez que, após afastado, ele foi impedido de frequentar a Casa, bem como qualquer outro órgão público. A liberação foi concedida nesta quinta-feira (05), pelo juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá.

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