Réu confesso vai a júri; viúvas serão assistentes de acusação
Pai e filho foram mortos por gerente de fazenda em setembro de 2016, em Vila Rica
Montagem/MidiaNews
José Bonfim Alves de Santana (no detalhe), que será julgado no Fórum de Vila Rica
THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO / MIDIA NEWS
O juiz Ivan Lúcio Amarante, da Vara Civel de Vila Rica (a 1.259 km a Nordeste de Cuiabá), marcou para os dias 6, 7 e 8 de agosto, no Fórum da cidade, o julgamento do gerente José Bonfim Alves de Santana, acusado de assassinar os procuradores estaduais Saint’Clair Martins Souto e Saint’Clair Diniz Martins Souto, pai e filho, respectivamente.
O crime ocorreu no dia 9 de setembro de 2016, por volta das 8h, na fazenda Santa Luzia, na zona rural de Vila Rica. Saint-Clair pai era procurador aposentado no Distrito Federal e Saint-Clair filho atuava na Procuradoria-Geral do Rio de Janeiro.
Elizabeth Diniz Martins Souto, esposa e mãe das vítimas, e Maria Cecília de Marco Rocha, viúva de Saint’Clair, filho atuarão como assistente de acusação no julgamento.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), Bonfim – que era gerente da fazenda dos procuradores - executou pai e filho porque eles descobriram que ele estava roubando gado.
O MPE denunciou o acusado pela prática de homicídio qualificado, por duas vezes, ocultação de cadáver, fraude processual e posse ilegal de arma de fogo.
Durante interrogatório na fase de investigação, Bonfim confessou os crimes e relatou que teria ouvido pai e filho falar do furto do gado e que iriam no dia seguinte à Polícia.
Na manhã do dia 9, Bonfim relatou que saiu para o pasto junto com Saint’Clair pai, cada um em um cavalo. O filho ainda estava dormindo. Em determinado momento, disse que “resolveu dar uns tiros no velho”. Saint’Clair foi atingido por 3 disparos pela frente.
Ao retornar para a fazenda, o acusado disse a Saint’Clair filho que o pai dele havia caído do cavalo e estava muito machucado. Os dois retornaram ao local, onde o filho também foi morto, atingido duas vezes pelas costas. O objetivo, segundo o assassino, era encobertar o primeiro crime.
Em seguida, ele afirmou que escondeu os cadáveres. Ao retornar à fazenda, relatou aos funcionários que o pai estava ferido gravemente e que, junto com o filho, teria pego uma carona para a cidade.
A Polícia conseguiu chegar até Bonfim dois dias após o crime. Ele continua preso até hoje.
Precauções
O juiz Ivan Lúcio Amarante solicitou reforço à Polícia Militar durante os três dias de julgamento.
“Requisite ao Comando da Polícia Militar que encaminhe o reforço policial que entenda necessário para a garantia da segurança para os 03 (três) dias em que se realizará a Sessão do Tribunal do Júri", determinou.
O magistrado também solicitou que a Prefeitura interdite as vias frontais que dão acesso ao prédio do Fórum, a partir das 5h da manhã do dia 6 até a finalização do júri.
Por fim, determinou que a PM promova a segurança das testemunhas, jurados e oficiais de justiça que irão participar do julgamento.
“Venho pelo presente requisitar a Vossa Senhoria as providências necessárias no sentido de que disponibilize ao menos 01 (um) Policial Militar fixo na hospedagem das testemunhas, jurados e oficiais de justiça que irão participar da Sessão de Julgamento do Tribunal do Júri que ocorrerá nos dias 06 e 07 de agosto de 2019, devendo permanecer no local durante o período noturno compreendido entre as 22h00min e 05h00min do dia seguinte”, determinou.