Mauro confirma demissão de perito acusado de favorecer médica em morte de verdureiro
Governador seguiu parecer de que não há ilegalidades no conteúdo do processo disciplinar
RAFAEL COSTA
DO REPÓRTER MT
O governador Mauro Mendes (União) ratificou a decisão administrativa do Estado em desligar do serviço público o perito criminal Thyago Jorge Machado, demitido após um processo administrativo disciplinar confirmar sua ligação com um laboratório particular, que favoreceu a médica Leticia Bortolini, que atropelou e matou o verdureiro Francisco Lúcio Maia, em 2018.
Amparado em parecer da Procuradoria Geral do Estado (PGE), o chefe do Executivo não identificou nenhuma ilegalidade no PAD que pudesse resultar em nulidade do ato de exoneração. A ratificação foi publicada nesta quinta-feira (30), no Diário Oficial do Estado (DOE).
De acordo com o processo disciplinar, o perito Thyago Jorge Machado não comunicou à Comissão de Qualificação da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) que havia solicitado, junto à Universidade do Estado de São Paulo (Unesp), o desligamento de um curso de doutorado, e não retornou ao trabalho após deixar o curso.
Além disso, ficou comprovado que utilizou a licença para a qualificação profissional para trabalhar na clínica particular, em detrimento a seu dever de frequentar o curso e de realizar as atividades necessárias para obtenção do título de doutorado.
Thyago também é um dos donos do laboratório particular Forense Lab, que emitiu um laudo técnico favorecendo a médica Letícia Bortonini, no processo criminal em que é acusada de atropelar e matar o verdureiro Francisco Lúcio Maia, em 14 de abril de 2018.
O laudo assinado pelo laboratório dele concluiu que o veículo conduzido pela médica estaria com velocidade de 95 km quando atingiu a vítima.
Esse documento desacreditou um primeiro laudo produzido pela Politec (Perícia Oficial e Identificação Técnica), o que levou o Sindicato dos Peritoso Oficiais Criminais de Mato Grosso (Sindpeco) a denunciar que o documento emitido pelo laboratório particular teria sido plagiado de um laudo da Politec feito em 2014, a respeito de um acidente de trânsito em Sapezal (480 km de Cuiabá).
Também veio à tona a informação de que Thyago Machado estava de licença da Politec para qualificação profissional e não poderia constar como responsável técnico do Forense Lab, motivo que justificou sua exoneraçaõ definitiva.