Ex-cabo condenado a 105 anos de cadeia foge de batalhão da PM
MidiaNews
A sede da Rotam, em Cuiabá
JAD LARANJEIRA
DA REDAÇÃO MIDIA NEWS
O ex-cabo da Polícia Militar Helbert de França Silva, que foi condenado por participar de um grupo de extermínio denominado "Mercenários", fugiu na tarde deste domingo (6) das instalações do Batalhão da Rotam, onde estava preso.
A informação foi confirmada pelo Comando Geral da Polícia Militar, que informou que foi aberto um procedimento para apurar a fuga.
Segundo a PM, o ex-militar - que acumula pena superiores a 100 anos - não foi encontrado nas dependências. Foram feitas buscas em áreas do entorno, em endereço de parentes e outros locais, no entanto ele não foi encontrado.
A fuga foi comunicada formalmente nesta segunda-feira (7) à 1ª Vara Criminal da Capital.
Helbert havia sido demitido de seu cargo na PM na última semana pelo Governo do Estado.
A PM comunicou que até o início da tarde de hoje, ele não havia sido encontrado.
Condenado a mais de 100 anos
O ex-militar foi condenado a 105 anos de prisão por homicídios qualificados e tentativas de homicídio.
Somente em um dos processos, Helbert foi condenado a 75 anos.
Conforme a sentença, o crime ocorreu no dia 13 de abril de 2016 por volta das 22h20.
As vítimas Márcio Melo de Souza, Wellington Ormond Pereira e Vinicius Silva Miranda foram atingidas por disparos de arma de fogo e morreram. Na ocasião, o jovem Alan Chagas da Silva também foi atingindo, mas conseguiu sobreviver.
Segundo o Ministério Público Estadual, os acusados chegaram juntos no local do crime em um veículo e já desceram atirando.
Somente Alan Chagas da Silva conseguiu pular o muro da residência e fugir. Os crimes aconteceram no Bairro Cohab Cristo Rei.
No outro caso, ele e um outro homem foram considerados culpados pelo assassinato de Luciano Militão da Silva e pela tentativa de homicídio contra Célia Regina da Silva, em março de 2016.
Pelo crime, os dois foram condenados a 30 anos de cadeia.
"Mercenários"
Consta na sentença que o réu integrava um grupo de extermínio formado por aproximadamente seis policiais, além de civis.
O grupo foi desmantelado em abril de 2016 durante a Operação Mercenários, da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). À época, 17 pessoas foram presas.
“Vale repetir que este grupo tinha um grande poder ofensivo e intimidador, utilizando até mesmo de coação no curso do processo, mediante ameaça às testemunhas”, diz a sentença.
“Os Mercenários”, conforme apurado durante as investigações, possuíam todo um aparato para cometer crimes, como armamento sofisticado, rádio amador, silenciador de tiros e diversos carros e motocicletas com placas frias. Estima-se que dezenas de pessoas tenham sido vítimas do grupo.