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Economista deixa profissão e escolhe ser sapateiro para seguir o ofício do pai em MT

Economista deixa profissão e escolhe ser sapateiro para seguir o ofício do pai em MT

Osvaldo Junior é economista e foi professor universitário, mas largou a profissão para seguir os passos do pai. Atualmente, ele tem uma loja e conserta calçados, bolsas e malas.

Por Barbara Fava, TV Centro América

Osvaldo Júnior segue os passos do pai — Foto: Reprodução/TVCA

Osvaldo Junior é economista e foi professor universitário, mas largou a profissão para seguir os passos e os sapatos do pai. Atualmente, ele tem uma loja e conserta calçados, bolsas e malas.

 

"Pensei em fazer mestrado, doutorado, mas não era uma coisa que eu acordava cedo e pensava: eu quero estar lá. Era algo por obrigação, não por amor, diferente daqui. E é uma profissão que está acabando, realmente, eu sou a segunda geração. Hoje ninguém quer trabalhar com a mão suja, com cola", diz,

 

Até a mulher com quem é casado, Osvaldo conheceu na sapataria do pai. No meio do caminho, a auxiliar administrativa Gizane Ferraz também largou a profissão de esteticista para se dedicar aos calçados.

"Eu estava indo a uma entrevista de emprego e minha sandália descolou, aí levei na sapataria e falei 'por favor, me ajuda'. Ele falou 'a senhora senta um tempinho, que tem que aguardar a cola agir. Ele veio amarrar minha sandália, meu sogro só abaixou o óculos e olhou. Treze anos depois nos encontramos e hoje estamos casados e muito felizes", relata Gizane.

A marca barão ainda esta estampada na sola de alguns sapatos que foram feitos à mão pelo próprio Osvaldo Barão: calçados artesanais que foram desenhados e feitos todo em couro e com solado de pneu de caminhão.

Sapatos que contam muita história e carregam um ensinamento passado de pai para filho.

São muitos desafios que a profissão de sapateiro enfrenta atualmente. Só que para o Osvaldo, a diferença de lidar com eles está em não tratar o ofício como trabalho e sim como vocação. E claro, não deixar morrer a herança cultural passada por Barão à toda família.

 

"Já faz dez anos que ele faleceu, mas o sinto muito presente do meu lado. Tem serviço que aparece e eu não sei o que fazer e vem a luz. E a luz é ele me acompanhando", diz.