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Alvo da PF e cunhado de delator, síndico de prédio de luxo em Cuiabá teve veículos de alto valor e dólares apreendidos em operação

Alvo da PF e cunhado de delator, síndico de prédio de luxo em Cuiabá teve veículos de alto valor e dólares apreendidos em operação

Da Redação/Olhar Direto - Wesley Santiago

Foto: Reprodução

Alvo da PF e cunhado de delator, síndico de prédio de luxo em Cuiabá teve veículos de alto valor e dólares apreendidos em operação

O empresário José Vilela Neto, síndico do prédio Forrest Hill, em Cuiabá, foi um dos alvos de uma das duas operações deflagradas pela Polícia Federal, com objetivo de  desarticular organização criminosa suspeita de lavar R$ 4 bilhões do dinheiro do tráfico de drogas e outros crimes relacionados ao megatraficante Luiz Carlos da Rocha, conhecido como "Cabeça Branca", que foi preso em Sorriso (a 420 km de Cuiabá) em 2017. A defesa dele nega qualquer relação entre os dois.

Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão no prédio de alto valor, os agentes da Polícia Federal apreenderam carros de luxo e encontraram cinco mil dólares em espécie. 

José Vilela Neto é cunhado do delator da “Operação Rêmora”, o também empresário Giovani Guizardi, que acusou a Complexx Tecnologia Ltda. de participar do esquema de fraudes em licitações na Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

O advogado Ulisses Rabaneda, que patrocina a defesa do empresário, explicou ao Olhar Direto que já teve acesso aos autos e que José Vilela Neto recebeu na conta alguns depósitos, de operações lícitas realizadas dentro do negócio que ele exerce.

"Ele recebeu créditos destes negócios, que acabaram vindo de conta de terceiros que ele não conhece. Fez um negócio absolutamente regular, dentro do ramo de atividade que exerce. Tinha um crédito a receber e veio de contas que agora são suspeitas. Ela não conhece estas pessoas e tudo será esclarecido dentro do processo", pontuou o advogado.

No total, foram dois alvos em Cuiabá. Ao todo, eram 19 mandados de prisão e 39 de busca e apreensão em Mato Grosso e outros cinco estados brasileiros.

O esquema de lavagem de dinheiro por trás do megatraficante Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, teria relação de pessoas envolvidas no narcotráfico com alvos de apurações sobre garimpo ilegal e crime com criptoativos. Isso foi o que apontou relatório de investigação da Polícia Federal, divulgado pela coluna Painel, da Folha de S. Paulo, na noite do último domingo (06).

O relatório embasou as operações Fluxo Capital e Caixa Fria, deflagradas na quinta-feira (3). Um dos alvos é Clóvis Miller Júnior, cujas empresas e pessoas ligadas direta e indiretamente movimentaram R$ 4 bilhões.

Segundo a PF, as características que unem as pessoas alvos da apuração são a movimentação financeira em volume superior ao faturamento, recebimento de grande volume de depósitos em espécie, contrapartes ligadas à comercialização de ouro em áreas de garimpo e envolvidas com crimes relacionados a criptoativos.

Fernando Trevisan, um dos alvos, mantêm sociedade com um empresário preso pela própria PF em uma investigação sobre garimpo em Mato Grosso.

"Tendo em vista suas relações com Ricardo Altran, que já foi preso por comprar ouro de garimpo ilegal, podemos inferir que o dinheiro recebido por Fernando também tenha origem ilícita relacionada ao ouro ilegal comercializado no estado do Mato Grosso", diz a Polícia Federal.