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Agricultora é achada morta, seminua e com cabeça mergulhada em caixa d'água em Minaçu

Agricultora é achada morta, seminua e com cabeça mergulhada em caixa d'água em Minaçu

MST disse que Neuraci Torres, de 53 anos, era membro da entidade e foi vítima de feminicídio. Um dia antes do crime, ela esteve na Festa de Cerrado apresentando frutos cultivados no assentamento onde morava.

Por Rafael Oliveira, g1 Goiás

Agricultora Neurice Torres, de 53 anos, é achada morta em Minaçu, em Goiás — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Agricultora Neurice Torres, de 53 anos, é achada morta em Minaçu, em Goiás — Foto: Reprodução/Redes Sociais

A agricultora Neurice Torres, de 53 anos, foi achada morta seminua e com cabeça mergulhada em uma caixa d'água no assentamento rural Dom Roriz, onde movara em Minaçu, no norte de Goiás, segundo a Polícia Civil.

O delegado Járder Bruno de Sousa Vieira investiga as circunstâncias da morte. "As investigações apontam o ex-marido como sendo o suspeito do crime, o qual, após tomar conhecimento da localização do corpo pela polícia, está foragido até o momento", comentou.

O crime aconteceu na madrugada de domingo (11). O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de Goiás (MST) lamentou a morta da agricultora, que era membro da entidade.

Segundo o movimento, a Dona Neura, como era carinhosamente conhecida no assentamento, foi vítima de feminicídio.

"Dona Neura era um exemplo de dedicação e amor com a terra e uma grande defensora da agroecologia. Era uma guardiã do Cerrado e possuía uma presença no MST que inspirava a todos. Um de seus maiores orgulhos era que todos seus filhos estão estudando graças à luta popular", diz a nota.

Os três filhos de Neurice Torres estudam agronomia e medicina veterinária, segundo o MST.

Neurice Torres, de 53 anos, foi achada morta em assentamento rural em Minaçu, em Goiás — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Neurice Torres, de 53 anos, foi achada morta em assentamento rural em Minaçu, em Goiás — Foto: Reprodução/Redes Sociais

A Comissão Pastoral da Terra também lamentou a morte da agricultora em nota. A direção disse que esteve com Neurice no último sábado (10) apresentando frutos cultivados no assentamento na Festa de Cerrado.

"Nossa companheira Neura nos deixa o testemunho de luta, de alegria e de justiça para os empobrecidos que atuam para conquistar e permanecer na terra. A violência que a levou atingiu todas nós, mulheres em luta, e não podemos permitir que o machismo mate a alegria do povo", lamentou a pastoral da terra.