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Técnica em enfermagem denuncia maus tratos a pacientes em hospital da Capital e negligência com major que morreu

Técnica em enfermagem denuncia maus tratos a pacientes em hospital da Capital e negligência com major que morreu

Procurado, hospital diz que vai emitir nota sobre afirmações de ex-funcionária ainda hoje

Jacques Gosch, Bárbara Sá e Mirella Duarte

Técnica em enfermagem Amanda Benício registrou BO hoje (5) denunciando supostas irregularidades e maus tratos contra pacientes que estariam ocorrendo no Hospital São Judas Tadeu, em Cuiabá. Segundo a denúncia, uma das vítimas é o major da PM Thiago Martins de Souza, de 34 anos, subcomandante do 24ª BPM, que morreu na madrugada de domingo (4), vítima de Covid-19. O hospital, ao , disse que vai emitir nota sobre o caso ainda hoje. 

No BO, a técnica em enfermagem, que foi demitida e não trabalha mais no hospital, relata que uma fisioterapeuta colocou um equipamento para administração de oxigênio chamado  máscara venturi de forma errada no major Thiago, o que teria aumentado sua saturação. Afirma ainda que o PM teria pedido socorro a uma amiga advogada e a diversos amigos porque “o hospital estaria matando ele”.

Reprodução

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 Em entrevista à imprensa, Amanda Benício afirma que foi demitida por “falar a verdade”. Também diz que resolveu denunciar a situação porque não “compactua com a morte”.

  “O Thiago (major da PM) pediu para registrar boletim de ocorrência, pediu socorro. Falou 'socorro, me tira daqui. Eles vão me matar'. A fisioterapeuta jogou ele na posição contrária, ele ficou roxo. Massageei as costas dele e depois me disseram que teriam que escolher qual paciente iria sobreviver, porque não equipamentos respiradores", disse a técnica em enfermagem.

  "Falei para ele (administrador do hospital) que conseguiria provar para toda imprensa que o Thiago pediu socorro. Eu chorava. Ele falava pra mim 'Amanda, eu sou um milagre. Já fui intubado, tenho uma platina de um lado da minha cabeça'. O que eu escutei quando troquei o plantão? Vamos ter que deixar um morrer ou deixar ele morrer porque não tem respirador e não tem lugar", completou a denunciante.

 No BO, ela também diz que está faltado sedação e medicamentos. Por isso, pacientes intubados estão acordando do coma induzido e sendo amarrados.  

Na ocorrência policial, consta que a técnica em enfermagem foi demitida por informou as irregularidades aos proprietários do hospital pelas redes sociais. Ela também alega ter sido ameaçada por funcionária do RH da unidade de saúde. “Se você é doida, eu também sou”, teria dito a mulher ao formalizar o desligamento.

O caso será investigado pela 2ª DP do Carumbé. Amanda Benício assumiu responsabilidades cíveis e criminais por tudo que declarou no BO.