Paccola: contrato com empresa causou prejuízos de até R$ 30 mi
Vereador afirmou que CPI responsabilizará empresa e todos que participaram do contrato
Carol Siqueira/ Câmara de Cuiabá
O vereador Marcos Paccola, que é membro da CPI dos medicamentos vencidos
CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO MIDIA NEWS
Membro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Medicamentos Vencidos, o vereador Marcos Paccola (Cidadania) afirmou que já há indícios de que a contratação da empresa Norge Pharma causou um prejuízo de até R$ 30 milhões à Prefeitura de Cuiabá.
A empresa é quem administra o CDMIC (Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos de Cuiabá), onde foram encontrados dezenas de caixas de remédios vencidos, em abril passado.
A Norge Pharma - que já recebeu R$ 11 milhões da Prefeitura - é o principal alvo da CPI dos Remédios Vencidos e de uma ação do Ministério Público Estadual (MPE) por suposto direcionamento na licitação para a gestão do Cdmic.
Segundo o vereador, o contrato com a empresa foi firmado pelo então secretário Luiz Possas de Carvalho após uma auditória que identificou R$ 153 mil de prejuízo dentro do CDMIC.
“Para resolver esse problema contrataram uma empresa de R$ 19,2 milhões e, posteriormente, trouxe um prejuízo de mais de R$ 15 milhões só com medicamentos vencidos”, disse.
“Por isso, a gente afirma que esse prejuízo durante a primeira fase da CPI está entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões”, emendou.
A primeira fase a qual o vereador se refere é do início dos trabalhos em maio até o fim de junho. A segunda fase terá início em agosto, após a comissão analisar mais 6 mil páginas de provas.
“Dividimos a primeira fase em contratação de empresas para gestão logística e sistêmica, a aquisição de medicamentos, recebimento e armazenagem e distribuição e dispensação”, disse.
“Corrupção sistematizada”
O vereador ainda apontou que irá levar toda a documentação e indícios de crime ao Ministério Público Estadual (MPE) para um possível reparo ao erário.
“Com certeza, essa empresa tem responsabilidade. Não só a empresa como todos que participaram do contrato, da forma como foi feita, da supressão não publicada e todas as outras inconformidades que aconteciam”, afirmou.
“[...] Agora é buscar o Ministério Público para reparar o erário, para podermos solucionar de modo a não acontecer novamente, que possamos colocar uma trava nessa ação continuada de corrupção sistematizada”, finalizou.