Muitos prefeitos agiram por pressão da mídia, afirma governador sobre decretos
Jacques Gosch
O governador Mauro Mendes (DEM), que suspendeu as aulas até 30 de abril e impôs regras mais rígidas de isolamento onde o coronavírus está circulando, atribui a edição de diversos decretos, com medidas conflitantes, à falta de coordenação e parâmetros nacionais de combate à pandemia. Além disso, reafirmou sua preocupação em salvar vidas sem arruinar a economia.
“Entendo que existiu uma descordenação nacional e inexistiram parâmetros. Prefeitos de cidades sem nenhum caso suspeito pararam tudo, muitas vezes tomando a decisão por pressão da mídia”, disse Mauro no UOL Debate, realizado na manhã desta quarta (1º), com a participação dos governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) e mediado pelo jornalista Josias de Souza.
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Debate entre governadores Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul; Renato Casagrande, do Espírito Santo e Mauro Mendes, de Mato Grosso com Josias Souza
Além de ressaltar que adotou as medidas com base em critérios técnicos, Mauro afirmou que Mato Grosso não pode ser comparado com São Paulo, que adotou isolamento total para achatar a curva de contaminação.
Lembrou que o Estado que governa possui mais de 900 mil km2 de extensão e apenas 3 habitantes por km2.“São realidades diferentes. Não podemos dar o mesmo tratamento que São Paulo. Aqui, os prefeitos adotaram medidas drásticas, parando tudo em cidades sem nenhum caso suspeito, por conta do bombardeio midiático que veio da Itália", pontua.
Segundo ele, não se pode salvar vidas arruinando as de milhões de brasileiros. "Sem bom senso e decisões técnicas, problemas gigantescos podem ser criados”, completou o governador.