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Mauro queda de braço com professores: "não serviu para nada"

Mauro queda de braço com professores: "não serviu para nada"

Governador destacou que pleitos da categoria não tinham como ser atendidos neste momento

RODIVALDO RIBEIRO 
Da Redação Folha Max

Mauro Mendes

Os professores da rede pública reclamaram durante a semana do corte do ponto e da demora na remuneração durante as reposições das aulas, conforme o acordado para o fim do movimento grevista que paralisou as aulas nas escolas estaduais por 75 dias. Isso irritou o governador Mauro Mendes (DEM), que afirmou que a insistência em um pleito ilegal (revisão geral anual-RGA e cumprimento da Lei 510/2013) os fez por nada. Alguns professores o acusaram, ao vivo, em entrevista ao Bom Dia Mato Grosso, na sexta-feira (23), de descumprir o acordo.

"Conversa fiada, porque o que foi acordado com o Sindicato [Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público-Sintep] é que os professores assinariam um termo na escola se comprometendo a repor essa aula e mediante esse termo o Estado faria a reposição dos salários cortados. Acontece que até o dia de fechar essa folha para pagamento, muitas escolas não encaminharam e o governo não pagou de quem não encaminhou. Quem o fez já recebeu. Quem não encaminhou agora vamos precisar de mais um tempo para realizar o pagamento", explicou.

O acordo dizia que assim que o Estado melhorasse financeiramente e saísse do limite máximo de 49% da LRF para gastos com manutenção de pessoal, seriam mantidos a RGA e o aumento da lei da dobra do poder de compra, mas disse que mesmo com a aprovação do projeto de incentivo ainda não é possível apresentar sequer uma previsão. “Essa foi a pergunta insistente do Sintep durante todo o período de greve e voltaram pra casa sem essa data. Eu sou o governador de Mato Grosso, mas não tenho bola de cristal, eu consigo fazer planejamento, mas não consigo antever todos os reflexos da economia de Mato Grosso e do Brasil principalmente, diante de um cenário de incerteza, pro ano que vem. Agora, a regra é clara: tem que ficar abaixo  de 49% porque a lei diz que o estado não pode gastar mais que 49% com despesa de pessoal. Estamos gastando 58%; por isso que Mato Grosso vive esta grande dificuldade financeira", continuou.

Mauro também afirmou que avisou todos antes e durante toda a greve, mas o Sintep convenceu os professores a ficarem 75 dias em greve mesmo ciente de que voltariam para casa sem nada. "Porque isso é legal e nós temos que cumprir a lei. Esta lei federal é superior à lei estadual deles, que deu esta garantia deste aumento da dobra do poder de compra, e quem vai pagar esta conta é o cidadão, pois todo aumento que dermos vai pesar no bolso do cidadão".

Sobre se vai manter a Lei 510/2013, ele foi um tanto quanto nebuloso, pois lembrou que há meios constitucionais de derrubar ou modificar a legislação, especialmente porque esta vai influir em praticamente todo seu mandato, que termina em 2022, enquanto a lei sancionada  na era Silval Barbosa previa aumento salarial aos professores nessas proporções até 2023.

Já em relação ao ponto cortado, em reunião entre o Sintep e o Executivo, foi anunciado que todo salário cortado será pago até a próxima terça-feira, dia 27.