Deputado: "Falta diálogo; Governo deveria apresentar proposta"
Professores estão em greve há quase um mês; Emanuelzinho defende que apresentação de contraproposta.
Alair Ribeiro/MídiaNews
Cíntia Borges e Thaiza Assunção
Da redação / Midia News
O deputado federal Emanuel Pinheiro Neto, o Emanuelzinho (PTB), avaliou que falta diálogo entre o Governo de Mato Grosso e os servidores da Educação, que estão em greve no Estado há quase um mês.
Parte da categoria suspendeu os trabalhos no dia 27 de maio. Eles exigem, entre outras demandas, o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) e o cumprimento da lei da dobra salarial (aprovada em 2013), que dá direito a 7,69% a mais na remuneração, anualmente, durante 10 anos.
“Às vezes, falta um pouco de diálogo para que as partes cedam um pouco mais. Acaba, às vezes, entrando em uma rusga muito grande entre governo e servidores, quando na verdade eles têm que caminhar juntos. Nem os servidores à frente, nem atrás. Ao lado, um sendo parceiro do outro”, disse o parlamentar.
Questionado sobre uma possível falta de sensibilidade do governador Mauro Mendes (DEM) ao não apresentar uma contraposta aos servidores, Emanuelzinho criticou a atitude, afirmando se tratar de uma postura "ruim”.
“O RGA é uma questão constitucional prevista no ordenamento jurídico brasileiro. Não é uma opção. Agora, o governador tem alegado que não há recurso para isso. Então, na minha humilde opinião, não querendo pautar o governador, ele tinha que apresentar uma contraproposta em determinado prazo”, afirmou.
“Em todo diálogo deve haver uma contraproposta: ‘não conseguimos pagar agora, mas conseguimos pagar X até o mês Y’. E aí os servidores terão mais segurança para dialogar e até mesmo repensar a greve”, completou o deputado.
Avaliação do Governo
Emanuelzinho evitou tecer críticas mais duras à gestão Mauro Mendes. Segundo o congressista, avaliações só devem ser proferidas ao fim dos quatro do mandato do executivo.
“Nós devemos julgar qualquer governo – seja ele Municipal ou Estadual ou Federal – nos seus quatro anos. Acho que o governador acabou vendendo e propondo uma situação de recuperação fiscal rápida que não seria possível de início de mandato e demandaria quatro anos”, alegou.
A greve
Em assembleia que aprovou a greve, no fim de maio, os profissionais da Educação apontaram que a paralisação é resultado das ações do Governo em relação à Revisão Geral Anual (RGA), ao escalonamento salarial e ao descumprimento da lei que prevê a dobra do poder de compra nos salários dos professores.
A categoria pede ainda que o Governo faça um calendário para melhorar a infraestrutura das escolas, além de exigir a realização de concurso público.